A palavra DISCRIMINAR, vem do latim, DISCRIMINARE ou DISCRIMINATIO, que em português, se expressa por SEPARAÇÃO. Vale ressaltar, que nos primeiros registros do uso dessa palavra, discriminar era marcar pessoas pelo mal comportamento e suas condenações. Com tempo, discriminação passou a ser o ato de impedir pessoas de participar ou ser incluída em algum movimento ou organização coletiva.
Na atualidade, discriminação é uma prática muito comum, mesmo que aconteça de forma silenciosa, quando nos deparamos com pessoas ou situações que não fazem parte do nosso cotidiano “bem-visto e aprovado”. Na verdade, isso acontece devido a imposição dos que praticam discriminação, e a impõe sobre os diferentes, por meio do poder seja financeiro, político ou até mesmo arbitrário, o fato é que todos que estão fora de um padrão, são SIM, alvos fáceis dessa doença social chamada discriminação. Sofrem discriminação: Portadores de limitações físicas e intelectuais, mulheres, em especial sozinhas, pobres, pessoas carentes, mas, principalmente pessoas negras.
É triste pensar, que pessoas negras por mais competentes e responsáveis que sejam, sempre serão alvos das mais vis realidades discriminatórias. Falar de Vinicius Jr. se tornou até uma marca, mas, podemos falar de negros que nos últimos tempos tem vivido e sofrido, juntamente com toda a família, as dores dessa situação. Um advogado negro, professor negro, político negro, artista negro, psicólogo negro, e outros profissionais negros e negras, antes de assim sê-los, venceram principalmente os olhares críticos, julgadores e condenatórios. E quem, de fato, nunca desconfiou de um líder ou de um pastor negro?
Segundo o IBGE, cresceu significativamente o número de negros universitários, portadores de diplomas e presentes em espaços de fala. Mas, ainda não há resposta que justifique o motivo pelo qual, esses mesmos negros, com tempo e atribuição iguais aos brancos, receberem menos! Há alguma justificativa além de racismo? Segundo a economista Patrícia Marins, igualdade financeira entre brancos e negros no brasil, será processo de mais cem anos, se deixarmos as coisas como estão! O PNAD, Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar, afirma que negros no serviço braçal compõem a maioria dos trabalhadores, mas esses são desmotivados a estudar, e crescem vendo os filhos dos patrões se tornando doutores e dando continuidade as ideias exploradoras dos pais. A polícia federal, tem em seus registros, que o estado de Minas Gerais é o estado com maior número de denúncias de trabalhos análogos a escravidão. Ressaltamos que 80% dessas pessoas, são negras.
A bíblia nos diz que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34), assim também que Ele está abençoar Judeu e Grego (Rm 1.16), o que nos faz entender Deus nos ensina a olhar para todas as pessoas da mesma forma e assim tratá-las e conviver com elas, sobretudo, respeitando-as dentro de cada individualidade. É exatamente o que foi vivido por John Wesley, quando em suas iniciativas de combate a discriminação, era pessoa presente as portas das usinas de carvão, protestando contra todo tipo de exploração e racismo, evidenciando o valor da pessoa humana, enfatizando que não é pela cor da pele que se classifica e subjuga uma pessoa. Podemos lembrar de Suzana Wesley, que ministrava aulas de alfabetização e bons costumes para filhos de pessoas pobres e escravas, uma vez, que essas estavam sempre sozinhas, pois, seus pais trabalhavam por até 19 horas contínuas, muitas vezes, a troco de comida, água e roupa velha.
A Igreja Metodista no Brasil, por meio da Coordenação Nacional de Combate ao Racismo e Igualdade Racial, prima por princípios de civilidade, comunhão e harmonia, sobretudo, com base bíblica e doutrinária, haja vista em documentação formulada e registrada desde 1982, uma vez que pregamos o Amor de Deus, desde nossa primeira estada em terras brasileiras, isso em 1835. Hoje, em nossas muitas atividades, não cansamos de evidenciar que discriminação é pecado, sendo vista pela sociedade como crime, uma vez que entendemos nossa missão evangelística e inclusivista, onde o outro é fruto do poder de Deus.
A igreja é uma grande casa, onde todos há espaço para todos os que entendem e atendem a voz de Deus. Que discriminação seja algo combatido todos os dias e que a Graça e Paz do nosso Deus, nos faça a cada dia, mais acolhedores e instrumentos Dele.
No Amor de Cristo,
Grande Abraço,
Lembrando que, DISCRIMINAR NÃO!
Pr. Ozéas da Silva Alvarenga
Secretário Regional de Igualdade Racial – Igreja Metodista 4ª R.E.